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Hanseníase, doença mais conhecida como lepra, se alastra no estado do Pará. Estudo revelou que consumo da carne de tatu pode estar no centro do problema

Hanseníase.

Ou, se preferir, lepra.

Doença contagiosa, causada por bactéria, que danifica os nervos levando a sérias incapacidades físicas, como dificuldade de andar ou de segurar objetos.

Os sinais da doença são traduzidos por manchas avermelhadas, esbranquiçadas e amarronzadas, além de febre, dor e "fisgadas" nos músculos.

Parece algo muito distante da nossa realidade? Uma doença que ficou no passado do país?

Nada disso!

Infelizmente, o quadro atual é bem diferente disso.

O Ministério da Saúde divulgou, recentemente, um boletim preocupante: 25.218 casos de hanseníase foram notificados no Brasil. Só no período entre 2012 e 2016 foram registradas 151.764 novas ocorrências.

Ainda segundo os dados oficiais, as maiores taxas foram detectadas nas regiões Centro-Oeste (32,27 novos casos a cada 100 mil habitantes) e Norte (34,26 novos casos a cada 100 mil habitantes).

Neste cenário desventurado destacou-se o estado do Pará, com taxa de detecção equivalente a 40,39 casos a cada 100 mil habitantes.

O avanço da doença no referido estado já vinha sendo objeto de estudo de pesquisadores. E eles descobriram que a chave do problema, por lá, pode estar em um mamífero muito comum na região: o tatu. 

A aposta é a de que o contágio humano tem se dado por conta do alto consumo da carne do referido animal, uma iguaria local. 

Um estudo – inédito – publicado na "PLos Neglected Tropical Diseases" mostrou que 62% dos tatus que vivem na Amazônia brasileira (especificamente no oeste do Pará) testaram positivos para a Mycobacterium leprae -- bactéria causadora da hanseníase.

[Fonte: G1 // Ciência e Saúde]