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Pesquisadores analisam cadáver de jovem enterrada há 5.000 anos e buscam resposta para antiga pergunta da Ciência: quando a peste fez suas primeiras vítimas no mundo?

Você, certamente, já ouviu legistas dizendo que “cadáveres falam”?

Urghss...mas que assunto mais baixo astral em pleno começo de ano!!

Pois é, mas é a mais pura verdade.

Qual o motivo dessa nossa abordagem?

Te contar que uma equipe de geneticistas encontrou o primeiro caso conhecido de peste no cadáver de uma camponesa de 20 anos, enterrada há 5.000 anos,  na Suécia.

Na época, a Europa vivia uma etapa – bem sombria – da qual pouco se sabe. Os breves registros dão conta de que já tinham florescido as primeiras cidades com até 20.000 habitantes e nelas conviviam – em espaço reduzido e com pouca higiene – pessoas e gado.
 
No referido período – por razões desconhecidas – houve uma brusca redução da população (de 30% a 60%), bem parecida com a que ocorreu na Idade Média por conta da chamada Peste Negra.

Na etapa conhecida como o final da Idade da Pedra, algumas cidades foram queimadas e abandonadas.
 
Geneticistas da Suécia, Dinamarca e França analisaram o genoma de mais de mil cadáveres dessa época e da posterior, Idade do Bronze. Concluíram que a cepa de peste que matou a moça sueca – lá do começo dessa conversa –apareceu há 5.700 anos, o que faz dela o ancestral mais próximo de todas as variantes da peste surgidas desde então.

Nicolás Rascován, biólogo da Universidade de Aix-Marselha, na França – e autor principal do estudo publicado na revista Cell (no começo de dezembro passado) – disse que a averiguação indicou que “num período muito curto, 600 anos aproximadamente, muitas cepas da peste se expandiram por toda a Eurásia, do sudeste das estepes
russas até a Suécia”.

A partir disso concluiu-se que o ancestral comum de todas as Y. pestis modernas deve ter aparecido em algum lugar da Europa Oriental.

A hipótese defendida é a de que a origem de tais epidemias poderia estar no seio da misteriosa cultura Cucuteni, que floresceu – há 5.700 anos – nas regiões que hoje abrigam Moldávia, Romênia e Ucrânia e cujos grandes assentamentos foram queimados de forma intencional.

O objetivo dos pesquisadores é justamente tentar encontrar traços de DNA nos sítios arqueológicos devastados com o intuito de confirmar a teoria.

Interessante, não?

Viu como os cadáveres falam mesmo? Falam e fazem história. Não importa a idade que tenham!


[Fonte: https://brasil.elpais.com]