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Tic tac do corpo humano

Você sabia que, de acordo com a hora do dia, é mais – ou menos – provável que você se machuque ou fique doente?

Não sabia, né?

Pois é, a gente veio te contar...

A ideia de que nossa fisiologia varia de hora a hora é bem antiga, vem do tempo do grego Hipócrates. E o médico – que observou um fluxo e refluxo de 24 horas na gravidade da febre – não está sozinho em suas conclusões. A Medicina Tradicional Chinesa também descreve a vitalidade de diferentes órgãos atingindo o pico em vários momentos (os pulmões entre as 3h e as 5h, o coração entre as 11h e 13h, os rins entre as 17h e as 19h e assim por diante).

A variação em nossa resposta a lesões vai muito além do nosso maior órgão, a pele.

O que especialistas indicam, por exemplo, é que – se for tomar vacina contra a gripe – o faça no período matinal. Por quê? Porque nesta parte do dia (entre as 9h e as 11h), as chances de desenvolver anticorpos protetores é quatro vezes maior do que em horários mais avançados.

Mas se a necessidade for de cirurgia cardíaca, as perspectivas de sobrevivência – a longo prazo – são muito maiores se a intervenção for realizada no período da tarde. 

No centro disso tudo está nosso ciclo circadiano, período de – aproximadamente – 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos. É influenciado principalmente pela variação de luz, temperatura, marés e ventos entre o dia e a noite.

É fato que – diante de doenças e tratamentos da Medicina moderna – existem diferentes efeitos em nossos relógios corporais internos.

Interessante, não?

Você já tinha parado para pensar sobre isso?

"Quem somos fisiologicamente durante o dia é diferente do que somos à noite", conta Tami Martino, diretor do Centro de Investigações Cardiovasculares da Universidade de Guelph, no Canadá.

Tais conhecimentos são fundamentais, visto que – do câncer à cardiologia, da artrite às alergias – a compreensão apropriada dos ritmos do corpo humano é ferramenta essencial para que medicamentos e intervenções sejam oferecidos aos pacientes nos momentos certos, ou seja, naqueles em que eles estejam mais propensos a respostas positivas e menos vulneráveis para ocorrência de danos.

Fato é que luz, sono e tempo – embora muitas vezes não prestemos a devida atenção – têm, sim, enorme potencial para transformar os cuidados de saúde.

E não é que o corpo humano tem um “tic tac” todo especial?


[Fonte: G1 // Ciência e Saúde]