Um estudo publicado na revista Biologia Redox – por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Instituto Butantan – revelou que a mensuração da enzima PDIA1 no plasma sanguíneo pode vir a ser uma maneira de diagnosticar a predisposição para doenças cardiovasculares, mesmo em pessoas saudáveis (que não apresentam fatores de risco como obesidade, diabetes, colesterol alto e tabagismo).
Para chegar a tal conclusão, o grupo de estudiosos analisou amostras de sangue de plasma de 35 voluntários saudáveis, todos sem histórico de doenças crônicas ou agudas. Nenhum era fumante, usuário de drogas ou de medicamentos de uso contínuo.
O plasma foi coletado, com intervalos de variáveis, em um período de 10 a 15 meses. Na grande maioria dos casos, os níveis de PDIA1 (ativos, correntes) mudaram muito pouco dentro de cada indivíduo.
Em um conjunto de cinco voluntários, o PDIA1 foi medido três vezes em um período de nove horas. E também, neste caso, a variação dos resultados foi baixa.
Tais resultados indicaram que os níveis de PDI1A no plasma sanguíneo podem constituir uma janela eficiente para a revelação de um conjunto de proteínas plasmáticas (associados com a função endotelial) indicadores de propensão a doenças cardiovasculares.
“Nosso estudo mostrou que as pessoas com um baixo nível de PDIA1 no plasma têm um perfil de proteínas mais inflamatórias, mais propensas a trombose. Por outro lado, indivíduos com plasma rico em PDIA1 tem mais proteínas do tipo que chamamos de limpeza, relacionados à adesão e a homeostase da célula, isto é, mais ligado para o funcionamento normal do corpo”, disse Francisco Rafael Martins Laurindo, professor da Faculdade de Medicina (FM) da USP, e coordenador dos estudos.
Em suas próximas etapas, a pesquisa vai estudar os valores de PDIA1 em condições tais como a doença coronariana aguda. O intuito é comparar os resultados e confirmar de vez – ou não – o potencial das proteínas citadas como indicadores de propensão à doença cardiovascular.
A pesquisa foi realizada pelo Centro de Investigação sobre os Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma), financiado pela FAPESP e sediado no Instituto de Química da USP.
[Fonte: blog.conectaclassificados.com.br]
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